UNISOL-RS promove live sobre estratégia dos bancos comunitários nesta quinta
A UNISOL-RS realiza nesta quinta-feira (4), às 18h30, uma live com debate presencial sobre a estratégia dos bancos comunitários e a sua importância para as comunidades como instrumento de organização popular, fomento e desenvolvimento da economia local.
Os participantes se reunirão na sede da CUT-RS, na Rua Barros Cassal, 283, em Porto Alegre, com transmissão ao vivo nas páginas das duas entidades no Facebook.
O evento contará com a presença de representantes do Banco Mombuca de Maricá, do Rio de Janeiro, do CONOSUD-CERAI (Catalunha/Espanha) e dos bancos comunitários Justa Troca e Cascata e dos futuros bancos da Colina e Asa Branca, de Porto Alegre.
Fomento à organização das comunidades
A coordenadora da Unisol-RS, Nelsa Nespolo, destaca que os bancos comunitários são uma alternativa de crédito que foge das regras de mercado.
“Um banco comunitário tem um papel importante dentro das comunidades, numa perspectiva de transformação dos territórios, porque ele cria um laço de cumplicidade entre os moradores, sobretudo quando ele trabalha com uma moeda própria. Acaba se promovendo um sentimento de profunda solidariedade e compromisso entre os moradores, sem que haja disputas mediadas somente pelo lucro”, disse.
Ela aponta que o banco comunitário desenvolve e incentiva iniciativas que melhoram a vida na comunidade. “É uma decisão autogestionária de quem está envolvido no processo e ele tem também o papel de chamar a comunidade, porque geralmente esse processo é tocado pela Associação de Moradores.
Para Nelsa, “não se trata apenas de uma questão de crédito, pois também fomenta novas iniciativas, fortalece e promove as lutas por melhorias de condições de vida da própria comunidade. Além de formar novas pessoas, no sentido do avanço da consciência e no sentido profissional”.
transformação dos territórios e das pessoas
No Brasil existem 150 bancos comunitários articulados pela rede de Economia Solidária. “Eles têm a sua coordenação. Os donos dos bancos são os moradores organizados, através das associações, que promovem o desenvolvimento local porque eles passam a consumir mais dentro da própria comunidade”, explica.
“O uso da moeda própria serve para dar descontos e incentiva esse consumo local. Ele também pode ter algumas linhas de crédito, que são definidas pelos moradores, que pode ser crédito produtivo, crédito para consumo ou crédito para reformas”, destaca.
Nelsa ressalta que os bancos comunitários são estratégicos. “A Economia Solidária é um processo coletivo. Ela é suprafamiliar. É um processo coletivo, autogestionário, democrático e um banco comunitário é tudo isso.”
“Por isso que o banco é uma estratégia importante. No RS, nós temos como prioridade a organização dos bancos comunitários porque entendemos que eles podem transformar o território e transformar as pessoas envolvidas, de uma forma muito direta, em tempos tão difíceis quanto os dias que estamos vivendo”, expõe.
Produção e consumo mais conscientes
Essa estratégia também qualifica a produção e o consumo, tornando-os mais conscientes. “Nesse Brasil onde tantos pobres foram deixados de lado pelo atual governo, onde não tem nenhum interesse de promoção de desenvolvimento e muito menos de inclusão, o banco comunitário é muito importante na organização da produção. É uma moeda que incentiva as pessoas para que consumam dentro do seu bairro, da sua comunidade. A gente está promovendo organização da produção e promovendo também o consumo consciente”, enfatiza.
A criação de vínculos promove a solidariedade e a construção de outro mundo. “Porque é o seu vizinho que está produzindo e, se ele está produzindo para comunidade, vai ter uma preocupação muito especial nos seus produtos. Aos poucos vamos trabalhando esses conceitos de preservação do meio ambiente, de não contaminar”, salienta Nelsa.
“É uma estratégia que, além de organizar o território e de promover desenvolvimento, ela também forma cidadãs e cidadãos responsáveis com a construção de um mundo diferente, onde não haja tanta desigualdade. Um mundo com uma verdadeira solidariedade humana, que preserve o meio ambiente e, sobretudo, que preserve a vida”, conclui.
Fonte: Unisol-RS